Vitório segurava o garfo com elegância, mas seus olhos escuros a fitavam com uma intensidade silenciosa que deixava claro sua irritação. Era como se aquela galáxia em seu olhar estivesse prestes a explodir. E evidenciava que ele queria estar ali, tudo o que fazia, era só uma encenação.
Ele notava cada um de seus movimentos.
Lucila tentou desviar o olhar, mas sentiu um gato de rua roubando comida e sendo pego no ato.
Era estranho, e desconcertante, o poder que aquele homem exercia sobre ela. Mesmo agora, depois de tudo, mesmo depois das lágrimas e da atitude inesperada dele, seu corpo, seu coração reagiu totalmente concentrado em Vitório.
E, no fundo, uma parte dela tentava se apegar ao que ele disse no altar mais cedo, seus votos pareciam tão sinceros, tão certos. Era tudo pelo que seu coração ansiava, só faltou aquelas três palavras....Aquelas que fazem todas as mulheres irem ao céu.
Eu te amo.
Mas ela sabia que isso levaria tempo, que não poderia esperar que ele se apaixonasse por u