Lucy
A luz suave do final da tarde atravessava as persianas do quarto hospitalar, pintando a parede com listras douradas que dançavam conforme o vento agitava a janela.
O silêncio era sereno, quebrado apenas pelo som úmido e ritmado de sucção, suave, insistente, cheio de vida. Lucy estava recostada na cama, os cabelos soltos derramados pelos ombros, mais longos e mais fortes do que antes, a pele ainda pálida pela recuperação, mas iluminada por um sorriso que parecia impossível esconder.
Helena mamava com avidez, como se cada gota fosse um tesouro, as mãozinhas minúsculas abrindo e fechando contra o peito dela. Era tão pequena… tão leve… e, ao mesmo tempo, tão determinada que parecia impossível acreditar que nascera com semanas de diferença do irmão.
Os médicos explicaram que a injeção para amadurecimento pulmonar funcionou melhor do que o esperado, seus pulmões eram pequenos, mas fortes, e isso era uma bênção. Ela ainda respirava com um leve chiado aqui e ali, mas nada que in