A cada palavra que lia, mais suas sobrancelhas se apertavam em descrença e inconformidade. Isso era ressentimento? Ela estava ressentida por ele ter saído de casa somente para protegê-la?! Devolvendo o aparelho, Vitório se sentou na beirada da mesa, colado aos braços da poltrona onde ela estava.
- Esse teu ressentimento é novidade. – disse tentando soar normal, mas sabia que não foi assim que saiu. As atitudes de Lucila estavam revirando sua cabeça. Era como se ela fosse outra pessoa! – Sabe que fiz isso para que as coisas não se complicassem entre nós. Vamos voltar ao assunto da criança. Como ele chegou aqui?
Ela pegou o aparelho, mas dessa vez parecia detestar a ideia de olhar para ele, pois praticamente ignorou sua presença tão perto. Vitório cruzou os braços na altura do peito, e a observou. Lucila era linda, belíssima em sua serenidade, mas agora que estava com raiva, ela conseguiu ficar mais atraente ainda.
O nariz arrebitado, a boca vermelha marcada pelos sentimentos turbulento