Vivian
A velha mansão Braga erguia-se imponente, um verdadeiro oásis no meio da cidade. Postes coloniais iluminavam os vastos jardins, projetando sombras que lembram pinturas antigas. O casarão respirava tradição e elegância, mas também exalava o peso sufocante de uma linhagem que se orgulhava demais do próprio sobrenome.
Era ali, todos os meses, que o patriarca Gilbert Braga reunia sua linhagem direta seu filho e neto e os irmãos, sobrinhos, sobrinhas e agregados, apenas para reforçar uma verdade: quem comandava tudo ainda era ele.
Vivian chegou com alguns minutos de atraso. Viera direto do trabalho, consciente de que quebrava uma das regras tácitas de etiqueta e vestimenta para aquele tipo de evento. Mal cruzou o hall quando foi interceptada pela voz cortante de Glória, uma das tias-avós de Eduardo.
- Até que enfim, menina. - a idosa ergueu o queixo, os olhos severos. - Numa família de verdade, pontualidade é respeito.
Vivian inspirou fundo. No passado, teria pedido desculpas, teria