Vivian chegou ao cartório com o coração pesado, preparada para dar fim, de uma vez por todas, ao elo que a prendia a Eduardo. Mas, ao empurrar a porta de vidro, estacou. Ele estava lá. De terno escuro impecável, a gravata ligeiramente afrouxada, emanava uma presença que parecia dominar o ambiente. Não imaginou que ele iria pessoalmente.
O olhar dele a encontrou de imediato, frio e calculado, mas havia algo mais - uma tensão mal disfarçada. E, no instante em que seus olhos pousaram nela, Eduardo perdeu o fôlego. Vivian estava mais bonita do que ele lembrava. O cabelo solto caía em ondas sobre os ombros, a pele parecia ainda mais luminosa sob a luz dura do cartório. E então veio o perfume. Suave, delicado, inconfundível. Um cheiro que atravessou sua couraça como uma lâmina fina. Só então percebeu o quanto havia sentido falta daquilo. O frasco que Dona Lúcia lhe comprara imitava debilmente aquele cheiro, mas agora ele compreendia: não era a fragrância, era a pele dela que tornava tudo ún