capítulo 15 Na Teia do Inimigo.
A noite já tinha engolido a cidade quando Daniel me deixou na porta do meu prédio. Eu sentia o corpo pesado, mas a mente estava desperta, como se cada pensamento fosse um fio puxando outro, formando um emaranhado impossível de desfazer.
— Tenta descansar, pequena — disse ele, segurando minha mão por alguns segundos. Seus olhos tinham aquele brilho grave, como se carregassem segredos que não podiam ser compartilhados.
Assenti, mesmo sabendo que o descanso era a última coisa que conseguiria encontrar. Vi-o entrar no carro e desaparecer na esquina, enquanto a brisa fria da noite arrepiava minha pele.
Lá dentro, o apartamento parecia silencioso demais. Maxine não estava — provavelmente ainda na rua com alguma amiga. Liguei a chaleira e me sentei no sofá, olhando para a porta como se esperasse que alguém entrasse a qualquer momento. Era estranho... uma sensação persistente de que eu estava sendo observada, mesmo dentro de casa.
Do outro lado da cidade, Daniel estacionava diante do