capítulo 17 cada minuto conta

Rose

O silêncio era pior do que qualquer ameaça.

Não sabia se era madrugada ou manhã — não havia janelas visíveis, apenas as cortinas pesadas bloqueando qualquer luz natural. O ar estava carregado, denso, como se cada respiração me custasse um esforço extra.

As cordas ainda marcavam meus pulsos, o formigamento já se transformando em dormência. Tentei mexer as pernas, mas elas também estavam presas. A cada movimento, o colchão velho rangia, denunciando minha tentativa de buscar uma posição menos dolorosa.

O som de passos ecoou no corredor. Rítmicos. Lentos. Deliberados.

Meu corpo inteiro ficou rígido.

A maçaneta girou e Nathan entrou. Ainda trazia marcas roxas no rosto — provavelmente resultado da surra que levou de quem quer que estivesse atrás dele. Uma fina linha de sangue seco cortava o canto da boca, mas isso não apagava o brilho de satisfação em seus olhos.

— Dormiu bem? — perguntou, fechando a porta atrás de si.

Eu não respondi. Mantive o olhar fixo, tentando ler
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