Rose
O silêncio era pior do que qualquer ameaça.
Não sabia se era madrugada ou manhã — não havia janelas visíveis, apenas as cortinas pesadas bloqueando qualquer luz natural. O ar estava carregado, denso, como se cada respiração me custasse um esforço extra.
As cordas ainda marcavam meus pulsos, o formigamento já se transformando em dormência. Tentei mexer as pernas, mas elas também estavam presas. A cada movimento, o colchão velho rangia, denunciando minha tentativa de buscar uma posição menos dolorosa.
O som de passos ecoou no corredor. Rítmicos. Lentos. Deliberados.
Meu corpo inteiro ficou rígido.
A maçaneta girou e Nathan entrou. Ainda trazia marcas roxas no rosto — provavelmente resultado da surra que levou de quem quer que estivesse atrás dele. Uma fina linha de sangue seco cortava o canto da boca, mas isso não apagava o brilho de satisfação em seus olhos.
— Dormiu bem? — perguntou, fechando a porta atrás de si.
Eu não respondi. Mantive o olhar fixo, tentando ler