AIYANA
Fiquei apenas olhando para ele, os olhos fixos nos dele.
E ele... não desviou o olhar.
Os olhos corriam do meu rosto para o meu peito, para a minha barriga, e depois travavam nos meus quadris. Nenhuma palavra saiu. Nenhum movimento. Nada. Era como se ele tivesse esquecido como funcionava o próprio corpo.
— Aiyana... — ele sussurrou, paralisado, os olhos arregalados e as mãos levantadas como se não soubesse se devia cobrir os olhos ou pedir desculpa. — Merda — ele murmurou, finalmente, limpando a garganta e virando de costas tão rápido que parecia ter levado um choque.
Foi aí que a consciência despencou sobre mim como um balde de água fria.
— Icarus! — Dei um passo para trás, cobrindo o peito com os braços e encolhendo os ombros. — Você não sabe bater?!
— Eu bati! — ele respondeu, ainda de costas, uma das mãos no batente da porta. — E perguntei se tinha alguém. A porta abriu sozinha! Juro por tudo, Aiyana, eu não sabia que você tava…
— Quase nua?!
Minhas botas estavam no canto.