LIA
Eu tentava assimilar a confissão de Alexandre no corredor escuro quando o Dr. Castro e Lavínia irromperam, chamando-o de volta à sala de espera. Lídia estava fora de perigo, o bebê estável, mas a tensão legal e familiar era palpável.
Eu estava voltando da cantina com um café, o corpo exausto, quando notei o novo furacão na sala de espera: Dona Clarice. A mãe de Lídia, uma mulher de ferro, vestida como se fosse a governanta do mundo.
Eu me preparei para o inevitável, mas fui pega de surpresa pela frieza cirúrgica de Clarice.
— Ah, a babá. Ou devo dizer, a heroína. Você salvou meu neto. Pena que não salvou a sua reputação.
Alexandre se virou, tenso, ao lado de seu advogado.
— Dona Clarice, por favor.
— É só Clarice, Alexandre. E acabei de tomar uma decisão.
Clarice caminhou até o centro da sala. Ela ignorou o advogado e focou a atenção no genro.
— Lídia vai ter um puerpério difícil, Alexandre. Ela precisa de paz. E isso inclui o afastamento de qualquer fonte de estresse.
Ela me enc