Três meses após o parto prematuro de Pedro, Lídia estava física e emocionalmente esgotada. Ela estava fraca, e seu puerpério era marcado pela frieza cortante de Alexandre e pela presença sufocante de sua mãe, Clarice.
Alexandre mal a olhava. Ele passava os dias trancado no escritório ou dedicava seu tempo a Lorena e ao bebê Pedro. Quando falava com Lídia, era sobre logística ou o estado de saúde do filho. Não havia mais a fúria da traição, mas um vazio muito pior.
Lídia estava no quarto, vestindo um robe de seda, observando-se no espelho. Ela não via mais a mulher que Alexandre havia desposado; via uma estranha, uma mãe, uma esposa rejeitada.
— Ele não me ama, mãe. — Lídia disse, voltando-se para Clarice, que estava arrumando as flores. — Ele nunca amou. E ele está apaixonado pela babá. Eu ouvi o que você disse no hospital.
— E daí? — Clarice respondeu, sem pestanejar. — Apaixonado não é o mesmo que casado, Lídia.
— Eu não aguento mais! A frieza dele é pior do que a raiva. Eu vou me s