LIA
Eu estava sentada em uma cadeira dura no corredor frio da UTI Neonatal, coberta por um cobertor de emergência. A adrenalina havia passado, deixando para trás apenas a exaustão e o cheiro fraco de antisséptico e sangue. O filho de Alexandre e Lídia estava na incubadora; prematuro, mas lutando. Meu pai estava no andar de cima, ainda sob a ameaça velada de Lídia.
Lavínia e Marcelo estavam por perto, me observando com uma admiração que me fazia sentir estranha. Eu havia acabado de dar um tapa em sua cunhada e salvado a vida do sobrinho deles.
O silêncio foi quebrado por um estrondo na porta de emergência.
Alexandre.
Ele irrompeu no corredor, o cabelo despenteado, o casaco amarrotado. Ele parecia um predador, buscando respostas.
— Lavínia! O que diabos aconteceu?! Onde está Lídia?!
— Calma, Alexandre! — Lavínia se levantou, tentando acalmá-lo. — Ela está na UTI. O parto foi prematuro.
— Eu quero saber como isso aconteceu! Eu a deixei bem!
Ele procurou rostos culpados e então