A noite já tinha tomado conta do céu do morro quando Yasmin entrou no ringue com a postura de quem sabia exatamente o que estava fazendo. O público vibrava, e ela não hesitava — cada passo seu era firme, leve, com aquela energia de quem nasceu praquilo. Seus olhos, no entanto, não estavam no Pavio. Estavam na grade, onde Binho a encarava em silêncio. Era como se aquele fosse o verdadeiro embate: o olhar dele contra a decisão que ela já tinha tomado.
Pavio pulava no próprio eixo, socando o ar, aquecendo como se já tivesse a vitória nas mãos. Representava o Complexo da Kerozene, e a torcida dele fazia barulho, sacudia bandeiras, cantava alto. Mas Yasmin... parecia estar num universo paralelo.
No primeiro round, ela fez a arquibancada enlouquecer. Desviava dos golpes com facilidade, contra-atacava com precisão, dançava ao redor de Pavio com a leveza de uma profissional. Theo, assistindo ao lado de Isis, não escondeu o encanto:
— Essa garota é um fenômeno — comentou, quase em transe.
Isis