A arquibancada pulsava. Gritos, batuques, cartazes improvisados, bandeiras dos complexos tremulando como num carnaval fora de época. O ringue, cercado por cordas gastas e luzes cruas, virou palco de glória e tensão. E agora era a vez de Bala e Nilo.
— VAI, BALA! — berrou um torcedor com a cara pintada.
— ESSE RINGUE É TEU, NILO! — rebateu outra voz, do lado oposto.
ROUND 1
Nilo era ágil. Seus pés dançavam como se o chão fosse brasa, desviando dos golpes com o corpo leve, quase etéreo. Bala, por outro lado, vinha na força bruta — cotovelos tensos, respiração acelerada, sede de impacto.
O primeiro soco certeiro veio de Nilo: direto no queixo. Bala cambaleou, mas não caiu. Rugiu como um touro.
— É ISSO, NILO! — gritaram os aliados do Reta Branca
Mas Bala se recuperou e respondeu com dois jabs rápidos, secos, que fizeram a plateia prender a respiração. O gongo soou. Equilibrado. Olhos nos olhos. Nenhum cedeu.
ROUND 2
O segundo round começou mais técnico. Bala tentou controlar o ímpeto. N