A noite ainda estava acesa no alto do morro. O ringue vazio parecia sagrado depois da energia das lutas. As bandeirinhas tremulavam, e o som da comunidade ecoava por todos os cantos: batuques, gritos de torcida, passos apressados, risadas. Era noite de festa.
No canteiro em frente à ONG, as luzes continuavam fortes. Crianças corriam com camisetas improvisadas dos complexos. Os semifinalistas eram celebrados como heróis. Mook passava no meio do povo com o nariz empinado, fingindo simpatia. Pavio já tinha um copo de refrigerante numa mão e Jade pendurada no pescoço.
Zóio, cada vez mais recuperado, dançava com Doquinha e Cebola, abraçando os amigos como se tivesse voltado à vida. Dona Mariana jogava farofa pra cima. Até Fumaça apareceu, perguntando se não ia ter bingo.
CAMAROTE
Corvo e Neumitcha se mantinham perto, conversando baixo. Entre uma risada e outra, ele puxou assunto sobre os tempos antigos, quando frequentava o Morro do Andaraí ainda como soldado. Ela ouvia com curios