O grito cortou a noite como um trovão seco.
— ALGUÉM AJUDA!
Neumitcha foi a primeira a correr até o portão da ONG. Os olhos arregalados, o coração disparado. Theo e Isis estavam próximos, ainda rindo discretamente da última provocação dela, mas tudo congelou quando viram o que vinha lá de fora.
— Zóio... — sussurrou Isis.
O corpo dele veio arrastado por dois jovens da comunidade. Estava ensanguentado, sujo, os lábios entreabertos como se quisessem dizer mais uma frase que nunca veio.
— Ele apareceu na viela do colégio... Cambaleando... A gente achou que era assombração... — disse um dos meninos, tremendo.
Theo se agachou ao lado do corpo, verificou o pulso.
— Tá vivo! Mas muito fraco.
— Leva pra clínica! AGORA! — gritou Isis.
CLÍNICA DA ONG – MADRUGADA
A clínica improvisada foi tomada por correria. Médicos voluntários chegaram rápido. Eram moradores, alguns formados fora, outros técnicos experientes. Todos sabiam o que fazer.
Neumítia amarrou um lenço na cabeça e se meteu n