A arquibancada da ONG parecia um caldeirão prestes a explodir. Tambores batiam sem parar, bandeiras tremulavam, e o grito das torcidas cortava o ar como flechas. Era o dia da final da Copa da Comunidade. E o morro respirava expectativa.
Theo observava tudo do alto da escadaria, com o caderno nas mãos. Cada detalhe, cada rosto suado de emoção, cada lágrima de orgulho – tudo virava palavra. Ao lado dele, Isis passava as instruções finais no microfone.
— Hoje não é só final de campeonato. É final de um ciclo de medo. Hoje a gente mostra que a favela pode vencer com arte, com luta, com coragem. — Ela levantou o punho, e a multidão respondeu com um rugido.
Do lado oposto, Mook surgia como se fosse estrela de reality show. Óculos escuros, jaqueta chamativa, um segurança atrás. Ele sorria como quem já sabia o resultado. No ringue, dava pirueta, provocava a torcida.
Binho entrou sem alarde, mas foi carregado pelo grito do povo. Yasmin ao lado dele, segurando sua mão. Gelo e Nilo grita