O cemitério estava cheio. Lin era muito conhecida e querida por todos.
Vizinhos, amigos, familiares, professores — todos estavam lá.A banda em que ela tocava prestou uma homenagem, tocando a música que ela mais gostava.Julia deu alguns passos à frente, parando ao lado do caixão. Os olhos inchados, o rosto marcado pela dor. Não havia microfone, apenas silêncio. Um daqueles silêncios que gritam.Ela respirou fundo, tentando conter o tremor da voz.— Eu nunca pensei que um dia teria que dizer adeus assim... não a você, Lin.Fez uma pausa, encarando as flores sobre o caixão.— A gente cresceu juntas. Dividimos brinquedos, segredos... e até o medo do escuro. Você dizia que o mundo era grande demais para gente se esconder. E me puxava pra vida, me fazia rir quando tudo doía. Me fazia levantar quando eu achava que não conseguiria.Um leve sorriso atravessou seu rosto, breve como um sopro.— Eu lembro de quando a gente