Aurora Dunker

“Já volto” murmurei para um dos ministros, aproveitando a desculpa para me afastar. Meu rosto doía de tanto forçar um sorriso. Às vezes, essas reuniões sociais eram as mais difíceis: a qualquer momento alguém podia tirar uma foto e eu tinha que parecer sempre simpática, agradável, perfeita.

Camilo tinha desaparecido fazia tempo, comunicando que iria ao banheiro, e me deixou sozinha para lidar com os flashes e cumprimentos.

Olhei ao redor, mas não vi Eva. Provavelmente estava no quarto. Suspirei. Ainda estava furiosa com ela por tudo o que confessou sobre meu pai. Mas não acreditava em nada do que disse sobre Camilo. Ele sempre se mostrou doce, atencioso. Eu já tinha idealizado uma vida ao lado dele. Inclusive, me confessou que nunca tinha namorado ninguém e que esperava por mim desde que soube do nosso noivado.

Eu sonhava com o dia em que perderíamos a virgindade juntos, iniciando nossa vida de casados. Eva não sabia disso. Eva não o conhecia como eu. Eva não iria se cas