Federik Dunker
Eu estava no escritório do meu pai, imaginando uma nova decoração. Arrancava todos aqueles objetos horríveis: ossos secos, animais empalhados… um verdadeiro circo grotesco da feitiçaria. Era nojento olhar para suas preferências, e a energia desse lugar era pesada.
Um dos meus guardas entrou, fez uma reverência e anunciou:
“Senhor, temos notícias do rei Román.”
Esperei que fosse a notícia que eu ansiava: que ele estivesse morto.
Nos últimos dias, quando fui à UTI, confirmei com meus próprios olhos que não havia chance de sobrevivência. Estava em estado vegetativo, pulso fraco, morte cerebral declarada. Quase o asfixiei com um travesseiro para acelerar o inevitável, mas estava cercado de gente. Ainda assim, os prognósticos eram péssimos, para um homem da idade dele, estar vivo já era um milagre.
“Claro, diga” sorri, já antecipando a resposta que queria ouvir. “O que aconteceu com meu pai?”
Fingi uma expressão abatida quando me virei para o guarda.
“O rei Román está fora