Eva Volaine
Hesitei por um segundo entre voltar correndo para meu quarto ou ficar. Mas… quem eu queria enganar? Desde o momento em que espreitei a biblioteca, foi porque esperava encontrá-lo ali. E lá estava ele: sem máscara, sentado perto da janela, tragando o cigarro entre os dedos, um copo de uísque ao alcance da mão. Diante dele, um tabuleiro de xadrez intacto, parecia acostumado a passar horas assim, sozinho, com seus próprios pensamentos.
Talvez o vinho tivesse me deixado mais ousada. Ou talvez fosse apenas o fato de que minha vida já estava uma bagunça completa. Tanto faz. Empurrei a porta e entrei. Eu precisava falar com ele, quisesse ouvir ou não. Fechei a porta atrás de mim.
“Contei tudo para Aurora” soltei, sem rodeios.
Ele não desviou o olhar, apenas levou o cigarro à boca outra vez. O brilho dos anéis em seus dedos refletiu sob a luz. Tragou fundo, e depois soltou a fumaça devagar.
“Por quê?” perguntou.
Boa pergunta.
Talvez não devesse ter dito nada, agora que sabia qual