Eva Volaine
Eu não queria ir ao baile de Aurora. Não queria descer e fingir diante da “família perfeita” quando eu sabia a verdade. Mas Aurora preferiu acreditar em um estranho do que em mim. Preferiu simplesmente me ignorar.
Mesmo assim, Federik mandou os criados me buscarem, e eu não tive escolha a não ser descer.
Eu me sentia horrível. Queria sumir, queria chorar, queria pegar o primeiro avião de volta para casa. Mas não podia. Dependia de Aurora para qualquer coisa, e no meu bolso só havia cem euros, resto de um troco que ela mesma me disse para guardar. Isso não pagava nem a passagem de volta.
Odiava ser pobre. Mas odiava ainda mais ser pobre nessas circunstâncias.
Havia dezenas de pessoas reunidas no salão quando o rei Roman Dunker entrou. Vê-lo me causou uma impressão forte, não por ser rei, nem pela coroa de ouro e o traje deslumbrante. Era por sua aparência. Ele parecia um cadáver ambulante, pele colada aos ossos, olhos como duas esferas presas em buracos escuros. O simples a