O Don levou a mão à barriga de tanto rir.
— Roubaram as ferraduras do cavalo!— Exato. Mas não fomos nós. Foi a cidade inteira. — Sarah piscou de novo. — Depois disso, quando alguém via um cigano, dizia: cuidado, eles dão mais trabalho do que o diabo.O Don sacudiu a cabeça, divertido, os olhos marejados.— Você tem jeito de inventar histórias, minha filha.— Não invento. É só a vida como ela é. Nós somos contadores de histórias, sogro. É a forma de ensinar, de rir da dor e de não deixar o mundo nos esmagar.Ela inclinou a cabeça, vendo que ele estava mais leve, quase rejuvenescido.— E é assim que sobrevivemos. Não com roubos, mas com honra, música, e um pouco de malícia alegre. Porque, sogro, se não rirmos, o caminho mata.O antigo Don respirou fundo, emocionado.— Sabe, nunca pensei que riria tanto ouvindo falar de ciganos. Você me enganou, menina. Me trouxe como nora… mas está mais para filha.Sarah sorriu, pa