A noite caiu sobre Nápoles com um peso diferente. O fogo baixo do acampamento mal iluminava os rostos, mas bastava para unir os olhares. As mulheres tinham renovado o círculo de sal e alecrim, como faziam desde o início da jornada, e o cântico baixinho embalava as crianças. No entanto, naquela noite ninguém pensava em descanso: era hora de falar com o Don.
O Gitano levantou-se, a sombra dele se projetando alta contra as pedras. Baran ficou ao lado, com Luigi e dois soldados de Don Vitório sentados próximos, atentos.
— Está na hora — disse o Gitano, a voz grave mas baixa. — Vamos avisar o Don do que conseguimos até agora.
O pai de Baran ajeitou a manta sobre os ombros e completou:
— Três homens de Rivera já estão amarrados e respirando sob nossas cordas. Faltam muitos, mas a muralha dele já perdeu pedras. O Don precisa saber.
Um dos soldados italianos, moreno de olhos claros, inclinou-se um pouco. — Como vamos avisá-lo? É seguro usar