O cheiro de pinho e água doce invadia o chalé através das janelas abertas. Sofia dormia profundamente no quarto ao lado, exausta após a viagem intercontinental feita sob falsas identidades. Luca não deixara nada ao acaso – novos nomes, novos passaportes, até um cachorro de verdade para substituir o pônei que ficara no Rio.
— *Ela está segura aqui* — Luca murmurou atrás de mim, suas mãos quentes envolvendo meus ombros enquanto eu observava o lago pela janela.
— *Por quanto tempo?* — perguntei, afundando em seu toque.
A resposta veio em forma de beijo no meu pescoço. — *Até eu resolver isso.*
Meu celular vibrou sobre a mesa de madeira rústica. *Número desconhecido.*
**"Você sempre preferiu as montanhas, não é, Isabella? Lembra do nosso fim de semana em Petrópolis?"**
O sangue gelou em minhas veias. Apenas uma pessoa conhecia aquele detalhe.
— *Ele sabe onde estamos* — sussurrei, mostrando a mensagem para Luca.
Seus olhos verdes escureceram como o lago durante uma tempest