(Rio de Janeiro – 4 anos depois)A primeira vez que Sofia chamou alguém de "papai", eu quase derrubei o café. Foi no parque, um domingo ensolarado, quando um homem alto de costas para nós se curvou para pegar uma bola. Ela soltou minha mão antes que eu pudesse reagir. — *Papai!* — gritou, correndo em direção ao estranho. Meu coração parou. O homem se virou — moreno, sorridente, *não Luca* — e devolveu a bola com uma risada. — *Não sou eu, princesa.* Sofia olhou para ele, depois para mim, seus olhinhos verdes cheios de uma confusão que me partiu ao meio. — *Cadê papai?* — perguntou, pela primeira vez. **Era a pergunta que eu temia.** — *Vamos tomar sorvete* — respondi, evitando a resposta. Mas a semente estava plantada. — *Mamãe, lê de novo!* — Sofia empurrou o livro contra meu peito, seu cabelo cacheadinho espalhado no travesseiro. Era nosso ritual — *O Pequeno Príncipe*, a mesma história que Luca citara naquela noite em Dubai, quando estávamos nus e bêbados de
Ler mais