Mundo ficciónIniciar sesiónElise
Diferente daquela mulher, o homem tinha uma beleza imponente, mesmo jovem. Eu senti um calor em meu corpo, uma sensação estranha.
Ele entrou ainda me encarando. Os cabelos castanhos escuros levemente ondulados pareciam com o do bebê, seus olhos apesar de escuros, eram… intensos.
Seus traços perfeitos deixavam claro: era um alfa dominante.
— Essa é Elise, a partir de hoje vai ser a babá do seu irmão.
— Então, essa é a famosa Elise? — Ele sorriu e isso aumentou minha inquietação, mas forcei-me a ignorar.
— Eu não entendi, famosa?
— Sim, não é de hoje que escuto o seu nome. Muito prazer, sou o filho mais velho, Logan. Seja bem vinda. — Ele me estendeu a mão e a olhei incerta, mas retribui seu cumprimento.
— Obrigada, espero fazer um bom trabalho.
— Parece que já está fazendo, Hazel gostou de você. — Logan pegou o bebê dos meus braços e o rodopiou, depois, olhou-me com um sorriso aberto, o bebê tinha rido gostosamente.
Eu não podia ficar impressionada desse jeito. O que estava acontecendo? Será que era só por ser alfa?
— Hazel gosta muito do irmão, são grudados.
Hazel. Era um nome bonito. Ele gargalhava devido as cosquinhas que Logan fazia com o nariz em seu pescoço.
— Bom, vamos iniciar, Elise. Há algumas coisas importantes que deve saber antes de começar. — Ela acariciou meu ombro ainda sustentando um sorriso gentil. — Logan, querido, pode ficar com Hazel por um momento?
— Claro, mãe. Vamos brincar no jardim.
— Cuidado com o sol.
Logan concordou e antes de sair da sala, olhou para mim.
— Ele é um ótimo filho. Venha, sente-se aqui. — Ela me conduziu até um jogo de sofá no canto da espaçosa sala. — Mary, prepare um chá, por gentileza.
A governanta concordou não muito satisfeita e nos deixou sozinhas. Eu respirei fundo e sentei no lugar indicado.
— A propósito, eu não me apresentei, desculpe. Pode me chamar de Amélia.
Apenas concordei com um acenar. Esse nome combinava com ela.
— Parece que não se lembra de mim, eu costumava ir no orfanato quando você era criança. Você continua uma menina encantadora, bem, agora está uma mulher feita, completou sua maioridade recentemente, não é?
— Sim, senhora.
— Ah, pare com essa formalidade. Não me lembre que eu já tenho um filho de vinte e um anos. Céus, parece que foi ontem que Logan era apenas um bebê.
Ela riu e acabei rindo também, Amélia estava conseguindo dissipar a minha tensão. E sendo honesta, ela não parecia ter idade para ser mãe de um homem adulto.
Só que, assim que a vi, eu percebi que ela não estava entre as pessoas “comuns”, certamente seu gênero secundário era ômega. Isso se percebia apenas de olhar.
Ômegas eram delicados, angelicais. Sedutores e incrivelmente agradáveis, nos fazia querer estar perto.
— Bem, estou feliz que Hazel tenha te aceitado, ele é um ômega e tem uma sensibilidade aos feromônios. Você é a primeira babá que ele aceitou, eu já entrevistei várias durante esses últimos meses.
— Talvez por eu ser beta — comentei um pouco insegura, pois era uma mentira.
— Não é por isso. Logan é um alfa dominante e Hazel nunca o rejeitou, no entanto, rejeitou o pai. — Ela deu um suspiro cansado. — Nem os médicos sabem dizer ao certo.
— Entendo.
— Hazel tem a saúde fraca, ele nasceu com várias questões, foi uma gravidez complicada. Mas eu preciso voltar a trabalhar, para isso é necessário uma babá, por enquanto estou dependendo da ajuda de Logan, pois é o único nessa casa que Hazel aceitou. Mas isso está gerando outro problema com meu marido.
Devia ser realmente uma situação difícil. Os feromônios ditavam as regras nas classes de alfas e ômegas, apenas os betas escapavam. Eles sim tinham o privilégio de ter uma vida normal.
— Quando contei isso a Martha, ela me sugeriu que fosse você, então aceitei. Embora tenha ficado feliz por Hazel ter te aceitado, não era isso que planejava para você, Elise.
Franzi o cenho, confusa com os rumos daquela conversa.
— Eu te acompanho desde que a vi pela primeira vez, por isso costumava frequentar o orfanato quando você era criança, mas depois a vida foi ficando corrida, no fim, passei a apenas receber notícias de Martha e, bem, eu queria que você crescesse sem nenhuma influência minha.
— Eu não estou entendendo? — Eu estava ficando mais confusa e nervosa.
— Você não sabe, mas eu fundei aquele orfanato por sua causa, Elise. Fui eu quem te deu esse nome.
— Eu…
Amélia sorriu e me senti mais confusa ainda, meu coração batia mais forte.
— Há treze anos, eu encontrei uma menina em um parque, aqui mesmo em Nova York. Eu nunca vou me esquecer daquela noite fria de outono. Essa menina era você, Elise.
Abri a boca, mas apenas a fechei de volta. Eu nunca imaginei ouvir isso.







