A manhã seguinte chegou com um clima diferente, quase vibrante, como se a mansão inteira soubesse que algo havia mudado — ou estava prestes a mudar. Talvez fosse só impressão minha, fruto da frase que Dante havia dito no corredor na noite anterior, ainda ecoando dentro de mim como um segredo que eu não sabia onde guardar. Não quero que você vá embora. Simples. Direto. E perigoso demais para o meu coração.
Levantei-me mais cedo que o habitual, talvez para evitar cruzar com ele de imediato, talvez porque a cabeça não tinha parado um segundo durante a noite. Tomei banho, arrumei o cabelo e vesti algo simples, confortável, mas que me deixava com a estranha sensação de que estava me preparando para um encontro que não admitiríamos que era um encontro.
Quando cheguei à sala de brinquedos, Lorenzo já estava acordado, brincando com um carrinho amarelo que ele empurrava com curiosidade. Ao me ver, levantou-se devagar e caminhou até mim, segurando minha mão com mais firmeza do que de costume. E