A noite caiu macia sobre a fazenda, cobrindo tudo com um manto de estrelas miúdas e uma lua redonda, brilhando alto como se vigiasse os amores secretos da terra. Era como se o tempo, ali, andasse mais devagar, como se o universo tivesse decidido fazer uma pausa para observar a beleza escondida nas coisas simples.
Na varanda de madeira antiga, tingida pela luz prata da lua, o silêncio era embalado pelo som suave dos grilos, o farfalhar tímido das folhas e o rangido preguiçoso da velha rede de tecido florido, balançando lentamente entre dois pilares gastos pelo tempo.
Ali, aninhados entre os tecidos coloridos da rede, estavam Lorenzo, Isabella e, espremida com gosto no meio dos dois, a pequena Aurora, que, embora já rendida pelo sono, ainda resistia bravamente à ideia de se entregar à noit