#### CAPITULO 2

NO IML FUNERÁRIA

Mateo retornou com dois homens da funerária. Leonard permanecia em pé, com os olhos vermelhos e fixos, como uma estátua viva representando o luto.

— Quando abriram a câmara fria e deslizaram o corpo de Ellen sobre a maca forrada, a dor e a determinação de Leonard eram palpáveis.

– Ninguém vai vestir a minha esposa, ninguém toca em minha Ellen, apenas eu a toco como sempre foi! – sua voz ecoou, grave e firme, transbordando de dor.

– Eu mesmo vou cuidar dela, como sempre fiz, com amor e respeito que minha esposa merece, para vocês ela é apenas um corpo, para mim é o pedaço de meu coração que foi arrancado.

—Mateo engoliu em seco, gesticulando para os homens se afastarem.

—Com um olhar intenso, Leonard se virou para ele: – Vá até a nossa casa.

— Peça à governanta que separe o vestido de noiva da Ellen, os sapatos, o véu... tudo. — Ela sempre disse que queria partir como no dia mais feliz da sua vida.

— Assim, ele queria garantir que o último tributo fosse exatamente como ela desejava.

Mateo assentiu, com lágrimas nos olhos: – Sim, senhor Salazar.

— E não se esqueça do cobertor de linho azul que ela usava quando estava doente. — Ellen sempre dizia que detestava sentir frio, ela não vai congelar aqui, não sob o meu olhar.

– Trago tudo, quer mais alguma coisa? – perguntou Mateo, a preocupação transparecendo em sua voz.

— Leonard fechou os olhos, buscando um momento de silêncio que pudesse aliviar sua dor. ”Traga a urna de porcelana que está no closet de nossa suite.

— Tem duas urnas de porcelana, uma branca, adornada com lírios azuis pintados à mão, e a outra lilás foi ela quem escolheu, dizendo que ali seriam guardadas nossas cinzas... a dela é a lilás, apenas traga, pois ela comprou para quando esse dia chegasse.

— Ele lembrava da vez em que Ellen comentou que os lírios representavam a pureza e a continuidade da vida, um símbolo de sua esperança em um reencontro futuro.

Mateo fez um aceno de cabeça e partiu rapidamente. Leonard então voltou seu olhar para o corpo da mulher amada.

– Você será velada por 72 horas, meu amor. Como pediu, e estarei ao seu lado a cada minuto. — Não permitirei que ninguém toque em você sem a minha permissão.

— Com um gesto carinhoso, ele tocou suavemente os dedos gelados dela, inclinando-se para beijar-lhe a testa.

– Me espera, Ellen, ainda não sei como continuar… mas vou cuidar da nossa filha, e por você meu amor.

Os braços de Leonard tremiam levemente, não apenas pelo peso da dor, mas pela responsabilidade de honrar o último desejo de Ellen.

— Ele sossegou a respiração, refletindo sobre como os dias haviam se desenrolado rapidamente, transformando sua vida em um pesadelo.

— O lar que um dia fora repleto de risadas e amor agora parecia uma sepultura silenciosa, cada canto da casa ecoando a ausência dela.

— O vestido de noiva... ele estará lá o cálice do nosso amor, o símbolo de uma união que se prometeu eterna – murmurou, com o coração apertado pela lembrança do sorriso radiante dela ao cruzar o altar, iluminando o mundo ao seu redor.

Os homens da funerária, respeitosos e silenciosos, aguardavam ordens, embora fossem estranhos, partilhavam a gravidade do momento.

— O cheiro do desinfetante misturava-se com a pungente fragrância da dor, servindo como um lembrete cruel da fragilidade da vida.

— Leonard, com um olhar penetrante, despediu-se deles com um gesto de cabeça, concedendo um breve respeito antes de se voltar para o alicerce de seu mundo desmoronado.

A cada segundo que passava, ele sentia o luto envolvendo-o como uma pesada manta de solidão.

—O espaço refrigerado onde Ellen repousava era mais do que uma simples câmara fria; era o último lar da mulher que tinha sido seu tudo.

— Ele se lembrou de cada pequeno detalhe – do sorriso que ela lhe oferecia ao acordar, do toque suave de suas mãos, e dos momentos compartilhados que agora pareciam tão distantes.

Cada lembrança era um eco de felicidade, um lembrete do que havia sido perdido.

– Eu não sei como, mas prometo que vou encontrar um caminho através dessa escuridão. Por você e pela nossa pequena – sussurrou, com a determinação, crescendo dentro dele enquanto se preparava para enfrentar um mundo que parecia ter perdido todo o sentido.

— Através de sua dor, ele se lembrou de que a vida continua, e que cada passo dado em direção à cura seria também uma homenagem à mulher que amava.

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