O Plano Que Vê Além — Edmund, Margaret e o Mentor
No plano onde o tempo se curva e os olhos veem sem necessidade de luz, Edmund e Margaret ficaram de mãos dadas. A saudade os envolvia como uma bruma cálida; ao mesmo tempo havia uma inquietude que queimava o peito de ambos.Eles ouviram — com a sensibilidade que a eternidade dá — os lamentos das filhas. Viram, em fios tênues como fios de ouro, as preces que Emily fez ao cair da noite; sentiram, como uma dor gentil, a súplica silenciosa de Charlotte no salão. As imagens cruzavam o espaço invisível, e cada palavra das meninas era como um fio que puxava-os de volta ao que foi interrompido.Atrás deles, uma presença serena surgiu — o mentor. Não era rosto conhecido dos vivos; era a calma em forma de figura. Sua voz, quando falou, foi como um vento que não rasga mas acalma.— Calma — disse. — Elas têm que viver isso. O tempo que lhes foi dado é um tempo de provas. Vocês cumpriram o tempo de vocês.<