O amanhecer em Palermo era dourado e silencioso, a luz suave filtrando-se através das folhas dos limoeiros, cobrindo tudo com um manto de tranquilidade. No entanto, o coração de Nicolas vivia uma batalha interna intensa, como uma tempestade em alto-mar.
A casa, palco de tantos momentos felizes e dolorosos, se encontrava em um sono profundo; Emily descansava em um dos quartos da ala leste, alheia ao turbilhão de pensamentos que assombravam Nicolas.
Após dias de angústia e reflexões sombrias, ele finalmente conseguira relaxar em meio àquela paz aparente. Mas cada vez que se lembrava do olhar dela — doce, vulnerável e confiante — a dor no seu peito se intensificava, como uma ferroada. Era errado. Terrivelmente errado.
Ele desceu as escadas lentamente, como se cada degrau fosse um lembrete das obrigações e lealdades que pesavam sobre seus ombros. O aroma fresco dos limões e o hálito salgado do mar distante pareciam chamá-lo, atraindo-o para fora da