POV Isadora Ferraz
Cheguei em casa com a alma em carne viva. A cabeça ainda girando entre o beijo e a ameaça. Entre o que Dante e eu quase fomos e o que Célia acabava de prometer transformar minha vida.
A mansão estava silenciosa demais. Assustadoramente... quieta. Pensei em subir direto pro quarto. Tomar um banho. Me enfiar embaixo das cobertas e fingir que o mundo parou. Mas algo me travou no pé da escada.
Vozes. Vozes masculinas, vindo da biblioteca. Me aproximei com passos leves. E então eu ouvi:
— Essa casa vai te fazer bem, Rafael. Vai ajudar a te manter... longe de problemas.
Meu estômago caiu. Rafael. Não podia ser.
Entrei. E lá estava ele. O homem que me perseguiu. Que sorriu para a câmera de segurança como um monstro em um filme de terror. Sentado em uma poltrona de couro, com um uísque na mão e o sorriso de quem já venceu.
— Isadora Ferraz Montenegro — ele disse, erguendo o copo. — Quanto tempo, hein?
Heitor apareceu ao lado dele.
— Rafael vai ficar conosco por um tempo — a