POV Isadora
— Ainda acredita em mim?
— Sempre acreditei. — respondi sem hesitar. — O mundo pode gritar o que quiser. Eu sei quem você é.
O olhar dele suavizou, por um instante, e eu vi o homem por trás do caos. Aquele que ria comigo no meio da madrugada, que embalava nossa filha com uma paciência infinita. Mas logo, o Dante empresário, o homem público, voltou à tona. Ele respirou fundo e se afastou, o semblante voltando a endurecer.
— Preciso buscar uns documentos na minha sala antes de irmos — disse ele, o tom voltando ao prático. — Quero evitar a imprensa na saída. O estacionamento subterrâneo está livre, estacionei lá embaixo.
Ele tirou a chave do bolso e me entregou. O toque rápido dos dedos dele contra os meus era quase um pedido silencioso: espera por mim.
— Não demora — pedi, baixinho.
— Cinco minutos. Prometo. — Ele forçou um meio sorriso.
Peguei as chaves e desci.
O corredor estava quase vazio, o som dos meus saltos ecoando nas paredes de cimento cru. O elevador levo