POV Isadora
A casa ainda tinha cheiro de novo.
Era como se cada parede respirasse junto com a gente, uma mistura de tinta fresca, madeira polida e o perfume suave de lavanda que eu espalhara pela manhã. O primeiro lar de verdade. Nosso.
Dante e eu acabáramos de voltar da editora, e Sofia dormia no quarto dela, o rosto sereno, o mesmo sorriso que ele jurava ter herdado de mim. Eu estava na cozinha, arrumando a mesa com duas taças de vinho, quando ouvi o som do portão eletrônico se abrindo.
— Está esperando alguém? — perguntei, sem tirar os olhos da toalha que tentava alinhar.
— Não — ele respondeu, com um meio sorriso, vindo por trás de mim e me abraçando pela cintura. — Mas se for cobrança, já pode dizer que o novo endereço não aceita boletos.
Antes que eu pudesse rir, a campainha tocou.
Um toque.
Dois.
E um terceiro mais impaciente.
— Uau, quem quer que seja, tá desesperado — murmurei, indo até a porta.
Quando abri, o mundo se iluminou num só grito:
— SURPRESA!
Olívia praticamente pu