POV Dante
O silêncio da casa era um manto aconchegante sobre nossos ombros. Depois que Olívia e Caio foram embora, levando consigo a energia vibrante da celebração, um novo tipo de energia começou a surgir entre Isa e eu. Mais densa, mais dolente, mais nossa.
A luz da varanda estava apagada, e a madrugada se anunciava num céu cor de azeviche, salpicado de estrelas pálidas. O mar respirava lá embaixo, um suspiro constante e rouco que era a trilha sonora de toda a nossa história.
Eu estava encostado na sacada, sentindo a brisa fresca nos braços, quando Isadora se aproximou. Ela não disse nada. Simplesmente veio, deslizando como uma sombra familiar, e se encostou em mim, suas costas contra meu peito. Seu cheiro, lavanda e algo inerentemente dela, invadiu meus sentidos, mais intoxicante que qualquer vinho.
Minhas mãos encontraram a cintura dela por instinto, meus dedos se pressionando contra o tecido macio do vestido. Senti o ar sair dos pulmões dela num hálito quente que acariciou meu a