POV Isadora
A cada semana, o tempo parecia correr mais rápido, como se o mundo tivesse pressa em me mostrar que o futuro não dependia mais dos Montenegro. Eu completava vinte e oito semanas de gestação, sete meses inteiros de um corpo que florescia e de uma vida que se movia dentro de mim com cada chute, cada soluço pequenino que fazia minha barriga tremer.
A médica dizia que, a partir de agora, minha filha estava cada vez mais pronta para o mundo. E eu… eu também estava.
Dante e eu havíamos passado os últimos dias em uma verdadeira maratona de visitas, anúncios, telefonemas, corretores insistentes. Mas naquela manhã, quando atravessei a porta da casa que agora era nossa, eu soube: finalmente tínhamos encontrado.
A casa ainda estava vazia, cheirando a tinta fresca misturada ao perfume amadeirado do piso recém-polido. As paredes brancas refletiam a luz do fim da tarde que entrava pelas janelas largas, e cada eco dos nossos passos no chão nu parecia um lembrete de que estávamos começand