POV Isadora
A noite já havia caído quando ouvi a porta da frente se abrir. O silêncio do apartamento foi quebrado pelo som das chaves batendo contra o aparador da entrada e, em seguida, o suspiro pesado de quem carregava muito mais do que apenas o corpo cansado.
Levantei do sofá, onde estava enrolada em uma manta com meu laptop sobre o colo. Ainda revisava as últimas mensagens da equipe da editora, que havia ajudado a publicar minha nota oficial. A repercussão tinha sido enorme, jornalistas, colunistas e até leitores me enviavam mensagens de apoio. Pela primeira vez em meses, eu sentia como se tivesse recuperado minha própria voz.
Dante apareceu no corredor, com o paletó jogado sobre o ombro e a gravata meio frouxa, os cabelos um pouco desalinhados. Exausto. Belo, ainda assim, como sempre.
— Está em casa, finalmente — sorri, fechando o laptop.
Ele me encarou por um instante, e o cansaço que carregava pareceu se dissolver só de me ver. Andou até mim e deixou o paletó sobre uma das pol