Eu não queria rir, não naquele momento em que tudo era medo e incerteza, mas eu ri mesmo assim, porque a pureza deles quebrava qualquer escuridão.Thomas colocou a mala dela junto das outras, no carro dos empregados. Depois voltou para perto da gente, ajeitando a gola da camisa.— O senhor Alistair já está na carruagem, — avisou. — E ele não gosta de esperar. Se vocês vão, vão agora.Clarissa me olhou, segurando minha mão com força.— Vamos?Por um instante, eu não respondi.Observei o pátio cheio, o céu encoberto, o ar frio que cortava minha pele e entrava no peito como vidro. Observei a carruagem dos patrões, elegante, polida, com vidros limpos e cavalos fortes assim como a nossa. Observei as malas sendo presas, as rédeas puxadas, os casacos sendo fechados.E então, olhei para ela. Clarissa. Minha amiga. Minha irmã.Eu soltei um suspiro quebrado.— Você é louca, — eu disse.Ela sorriu.— Eu sei. — Mas Thomás também é. Ele vai cuidar de nós duas. Eu sorri enquanto o
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