Júlia acordou com o sol desenhando linhas douradas no quarto. Por um instante, ficou imóvel, respirando devagar, como quem testa a própria realidade. O braço de Daniel estava ao redor de sua cintura, firme, protetor, e o ritmo calmo da respiração dele dizia que aquela paz não era um sonho.Ela sorriu.Virou-se com cuidado, estudando o rosto dele de perto. As linhas suaves quando dormia, o cansaço escondido atrás de um semblante forte demais para ser apenas aparência. Passou a ponta dos dedos pelo maxilar dele, leve, quase reverente.Daniel abriu os olhos.— Bom dia — murmurou, a voz rouca, ainda meio presa ao sono.— Bom dia — ela respondeu. — Eu gosto de acordar aqui.Ele a puxou para mais perto, beijando-lhe a testa.— Então fica.Ela ficou.O beijo veio depois, lento, íntimo, daqueles que não pedem nada além de presença. Júlia sentiu o corpo inteiro aquecer, não de pressa, mas de pertencimento. Quando se separaram, ela apoiou a testa na dele.— Eu tenho medo — confessou, sem desvia
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