O carro deixou a mansão Monteiro com uma velocidade maior que o normal.Gustavo não falou nada nos primeiros minutos.O silêncio era pesado, firme, cheio do tipo de tensão que não vem de raiva, mas de preocupação.Ashiley olhava a estrada pela janela, tentando digerir a conversa com a mãe, a traição de Lúcio, a sensação de invasão, tudo junto.Era estranho perceber que o cansaço dela agora vinha de outra coisa — não do medo, mas da sensação de estar abrindo os olhos depois de muito tempo vivendo no escuro.Quando o carro entrou na estrada de saída da cidade, ela finalmente perguntou:— Pra onde estamos indo?— Longe do caos — respondeu Gustavo, ainda olhando para frente. — A casa nova é segura, mas hoje você precisa respirar longe de tudo.— Eu estou bem — ela disse, sabendo que não estava.— Você está se segurando — ele corrigiu. — É diferente.Ela encostou a cabeça no banco, fechando os olhos por um momento.— Você não precisa cuidar de tudo sozinho, Gustavo.— Não é cuidado — ele r
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