Ele viu o tremor nas mãos dela, o olhar assutado, e acreditou que fosse medo, medo dele, medo da aproximação e do que estava por vir.Ele desviou o olhar, passou a mão pelos cabelos. A distância entre eles era curta, mas parecia intransponível. Após alguns instantes o tom de sua voz saiu mais contido, quase cansado:— Foi um dia longo. Talvez seja melhor descansarmos.Natália tentou reagir, mas o nó na garganta não a deixou falar. Quis dizer que esperava por aquele momento, que o coração dela batia por ele, que o queria mais que tudo, mas as palavras simplesmente não vinham.— Não precisa se assustar — disse baixo, a voz rouca. — Eu não vou te forçar a nada.Natália, ainda imóvel, o observou em silêncio, ele não tirou o robe, o perfil firme, a sombra do homem que agora sabia que amava.Mas tudo o que conseguiu fazer foi apertar as mãos sobre o peito e conter o suspiro que quase escapou.O silêncio parecia mais alto que o coração de Natália.Fernando, com o olhar preso no vazio, suspir
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