No quarto, Natália apoiou as mãos sobre a penteadeira e ficou por alguns segundos apenas respirando, tentando controlar o coração acelerado. No espelho, viu o próprio reflexo perdido pelo espelho.
“Não posso chorar. Não agora.”
Com um lenço, enxugou cuidadosamente os cantos dos olhos para não borrar a maquiagem. Puxou o ar, ajeitou os cabelos novamente, retocou o batom e respirou fundo, como quem veste uma armadura.
O som da música chegava até ali, lembrando-a de que as festividades seguiam alegre, sem imaginar a dor que ela tentava esconder.
“É o meu casamento… preciso parecer feliz.”
Ajeitou o vestido, alisou o tecido com as mãos e forçou um pequeno sorriso diante do espelho um sorriso que não chegava aos olhos, mas era o bastante para disfarçar.
Quando voltou ao salão, as luzes pareciam mais intensas. As pessoas a receberam com entusiasmo, brindes e cumprimentos, e ela respondeu com gestos gentis, ainda que mecanicamente. Fernando já estava entre os convidados, elegante, com o mesm