A manhã corria intensa no andar executivo da Nascer Enterprise. O relógio mal tinha passado das dez e Pedro já estava em sua terceira reunião, sentado à cabeceira da mesa de vidro, cercado de planilhas e diretores nervosos. O tom de voz dele, firme e seguro, enchia a sala. Mas, por mais que dominasse o ambiente, os olhos ainda desviavam para a figura discreta e rígida de Rose, postada de pé a poucos metros, sempre atenta.Ela parecia parte da arquitetura: ereta, impenetrável, os olhos escaneando cada rosto, cada detalhe de movimento. Nenhum gesto passava despercebido. Para Pedro, a rotina de vê-la assim já era quase viciante.Foi nesse ritmo controlado que algo quebrou a ordem.O celular de Rose vibrou no bolso da calça social. O toque curto bastou para que ela atendesse imediatamente, a voz sempre firme:— Rose Almeida.Do outro lado, a voz de João, o irmão mais velho, soou carregada de emoção. — Rose, é a Liz… ela entrou em trabalho de parto! Estamos no hospital agora.Rose congelou
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