NIKOLAI VOLKOV Mal cruzei a soleira do salão principal da mansão, com Angeline arrastada como um fardo ao meu lado, a cena grotesca se revelou. Meu pai, Ivan Volkov, e os outros senhores do clã, assim como os Harrington, já nos esperavam. Todos de pé, taças de champanhe na mão, como se estivessem assistindo a uma peça de teatro. Ao olhar para o rosto triunfante de Victoria, novas memórias me assombraram — os fragmentos enevoados do que havia acontecido apenas algumas horas antes, ao amanhecer. Amanhecer na mansão Harrington… A consciência voltou como um golpe, brutal e repentino. Um gosto amargo de veneno e uísque encobria minha língua. A cabeça latejava, o mundo girava. Meus olhos se abriram para um quarto desconhecido, banhado na luz fraca da manhã que vazava pelas cortinas pesadas. E então, senti — o calor de um corpo suave contra o meu. O peso de um braço alheio sobre o lençol. O que vi fez o meu sangue gelar instantaneamente. Uma mulher. Nua. De costas para mim, os ombros
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