Capítulo 13A casa dos Tornabuoni ergueu-se à frente como sombra imponente de glórias passadas. De longe, a fachada ainda mantinha a imponência de outrora, mas bastava atravessar o pátio para perceber as rachaduras: paredes que precisavam de cal, portões que rangiam ao fechar, uma fonte central que já não jorrava água com a mesma abundância. Os criados receberam pai e filho com a reverência de sempre, mas os gestos denunciavam certa pressa em esconder o que não podia ser escondido. A cada passo, o desgaste se revelava — tapeçarias que já haviam sido ricas em cor e agora pareciam desbotadas pelo tempo, móveis pesados sem o brilho do polimento frequente, janelas cujo vidro opaco pedia reparos urgentes. Era como se o nome sustentasse as paredes, mas não pudesse restaurar o que o ouro já não alcançava.No salão principal, os irmãos mais velhos os aguardavam. Lorenzo, o primogênito, alto, robusto e ostentador, endireitou-se assim que o pai entrou, a voz carregada de ansiedade mal disfarç
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