Rose entrou em casa e mal teve tempo de respirar antes que Ana surgisse apressada:— Se você for no aniversário, já está atrasada!— Não sei se vou… — murmurou Rose, cansada.Valéria, porém, não perdeu a chance de cutucar:— Vai sim. A noiva da família DeLuca não pode faltar. — Sorriu maliciosa e completou: — Ah, e depois quero que me conte cada detalhe da fazenda DeLuca. Fiquei sabendo que lá é muito bonito.Rose conteve a irritação. Valéria adorava se exibir como se já fizesse parte daquele mundo.— Quem é a aniversariante? — perguntou Rose, sem muito interesse.— Minha amiga Gina, vai fazer 15 anos — respondeu Ana, animada.Mas Rose estava distante. A conversa com Frank ainda ecoava em sua mente, pensando em seu coração. “Seu pai? Venderia você sem pensar duas vezes. Para qualquer um.” As palavras dele a feriam porque, no fundo, traziam uma sombra de verdade.Nesse instante, seu pai surgiu ajeitando o paletó.— Se arrume, Rose. Nós vamos.Sem vontade de contrariá-lo, Rose obedeceu.

No outro dia, o sol já atravessava as cortinas quando Rose abriu os olhos. Sentiu o corpo dolorido, lembrança da noite anterior, e virou-se de leve. Ao lado dela, Frank dormia tranquilo, apenas de cueca, o semblante relaxado como se fosse inofensivo. Como podia um homem que parecia um perigo acordado, parecer tão vulnerável assim dormindo?Levantou-se devagar, os pés nus tocando o frio do chão, e foi até o banheiro. Pegou sua roupa, vestindo-se às pressas, com um único pensamento: preciso ir embora antes que ele acorde.Mas, ao tocar a maçaneta, a voz grave dele cortou o silêncio:— Aonde você vai?Rose se virou, engolindo em seco.— Eu... tô com fome. Vou comer alguma coisa — mentiu, evitando encará-lo.Frank se levantou, ainda sonolento, mas com aquele olhar que a desarmava.— Espera. Vamos tomar café juntos principessa Sem alternativa, ela voltou e se sentou numa poltrona no quarto, com as mãos inquietas sobre o colo. A vergonha queimava em seu rosto. Como vou encarar a família de

Logo Rose ouviu o som firme dos passos se aproximando pelo corredor. O coração dela disparou, a respiração ficou curta.Quando Frank entrou, ela não esperou um segundo. Avançou contra ele, levantou a mão e, com toda a raiva acumulada, estalou um tapa seco em seu rosto.— Seu estúpido! — gritou, ofegante. — Como ousa fazer isso comigo?!Frank não reagiu, apenas respirou fundo.— Senta, Rose. Vamos conversar.Rose, ainda bufando de raiva, cruzou os braços e se sentou na beira da cama, o olhar queimando de indignação.— Depois da minha mãe — disse ele, com calma surpreendente passando a mão no maxilar — você é a primeira mulher que me b**e.Rose olhou sem acreditar na confissão dele.Ele se aproximou devagar sentando ao lado dela, a voz grave, carregada de peso:— Eu fui obrigado a fazer isso, Rose. Você estava prestes a cometer uma estupidez querendo ir embora. As coisas aqui… na Máfia… não são simples.Ela bateu o pé no chão, exaltada:— Você não tinha o direito de me amarrar! Nem de me

Rose despertou com a cabeça latejando, ainda sentindo o gosto forte das bebidas da noite anterior. Lentamente, abriu os olhos e se deparou com Frank, acordando com o corpo estendido de forma quase majestosa, a luz da manhã delineando cada músculo. Um arrepio percorreu sua espinha. Ele parecia ainda mais imponente e irresistível dormindo ali, tão próximo.Ela percebeu que estava apenas de calcinha, o lençol mal cobrindo seu corpo. Instintivamente puxou o tecido para cima do peito, o coração batendo acelerado, o calor do corpo dele ainda pairando no ar.Frank despertou, inclinando-se sobre ela, apoiado nos cotovelos, com aquele sorriso provocador que sempre a deixava sem fôlego:— Dormiu bem, principessa?Rose engoliu em seco, tentando recompor a voz:— Acho que sim… só não lembro de muita coisa depois que bebi.O sorriso dele se alargou, revelando a mistura perfeita de travessura e desejo:— A gente… transou?Rose arregalou os olhos, o rosto queimando:— Espero que não… — disse, com ner

Rose assentiu, acompanhando-o. A biblioteca dos DeLuca era imponente, com paredes cobertas de livros antigos e o perfume amadeirado do mobiliário. Rose, maravilhada, sussurrou:— É linda… nunca tinha entrado aqui.— Está na nossa família há gerações — ele respondeu, apoiando-se na mesa de madeira maciça.Martin estava diante dela. Alto, de cabelo liso e preto, a pele mais morena que Frank, traços firmes e olhar penetrante. Não era apenas bonito — havia nele um charme natural, uma elegância discreta, o tipo de homem que sabia como entrar em uma sala e dominar o ambiente sem levantar a voz. Inteligente, articulado, cada palavra dele parecia medida, pensada para tocar fundo. Respeitoso, transmitia uma segurança que contrastava com o caos que Frank sempre deixava atrás de si.Rose não pôde evitar a comparação. Frank também era bonito, mas de um jeito arrebatador, quase selvagem. Impulsivo, descarado, egoísta. Um homem que beijava para se impor, não para se doar. Martin, ao contrário, tin