A melancolia que Alaric sentiu nas pedras não era uma ameaça, mas um convite à escuta. A Alcateia do Amanhecer Prateado havia aprendido a diferença. Em vez de se armarem contra o sentimento, começaram a incorporá-lo em seus rituais. As canções noturnas envolta da fogueira tornaram-se mais suaves, as histórias, mais contemplativas. Era como se a própria terra os estivesse ensinando um novo modo de existir.Foi nesse clima de quietude receptiva que o sonho de Aether finalmente se cristalizou.Ele adormeceu sob o céu estrelado, sua mente aberta como um pergaminho. E desta vez, o símbolo âmbar não foi um vislumbre fugaz. Era uma porta. que ele atravessou e encontrou em uma clareira. A clareira era diferente de tudo. A grama era feita de luz suave e as árvores eram cristais que emitiam uma sinfonia silenciosa. No centro, flutuava o vortex âmbar, pulsando com uma calorosa e antiga familiaridade.Desta vez, uma voz ecoou, clara e serena, sem origem definida, preenchendo o espaço ao seu redo

O caminho de volta à Alcateia do Amanhecer Prateado foi percorrido em um silêncio contemplativo. O ar da floresta comum parecia agora mais leve, mas seus corações carregavam um novo peso. Não de medo, mas de responsabilidade.A pequena faísca âmbar na testa de Aether pulsava suavemente, um lembrete constante da memória que agora habitava não apenas sua mente, mas sua própria essência. Ele caminhava um passo à frente, seus olhos fixos em um horizonte que só ele podia ver, absorvendo e processando o fluxo de conhecimentos ancestrais que se acomodavam em seu ser.Scarlet observava o filho, seu coração dividido entre um orgulho profundo e uma pontada de preocupação maternal. A explicação de Aether agora ecoava em sua mente. "Você tece corações. Eu sou feito da memória do tear." Ela entendia agora. Seu dom de Alpha, sua capacidade de unir a alcateia, era a aplicação prática,

O Vale da Névoa era um lugar de beleza severa. Encaixado entre montanhas, seu território era permanentemente banhado por uma bruma prateada que escondia segredos entre os pinheiros ancestrais. No coração do vale, a alcateia havia esculpido sua morada na própria pedra - cavernas naturais ampliadas, camufladas por cortinas de hera e cascatas finas. Uma fortaleza discreta que preferia a defesa passiva da ilusão à ostentação. Dentro da maior caverna, iluminada por cristais luminescentes e pelo fogo crepitante de uma lareira central, a Alpha Selenna comandava. Seu pelo uma vez negro agora era salpicado de prata, mas seus olhos de granito molhado guardavam uma frieza calculista. Ela observava os preparativos para o Baile com uma avaliação crítica. — A armadilha está sendo armada com as próprias flores que eles esperam encontrar. Disse Korvak, seu braço direito. — Todos caem Korvak, respondeu Selenna. sua voz um em um tom grave. — Os idealistas caem quando sua moral é testada. O Amanhe

O silêncio no santuário do Amanhecer Prateado era diferente daquele do Vale da Névoa. Era um silêncio atento, uma respiração coletiva contida. Vaalerian patrulhava as muralhas, seus passos silenciosos como os de um predador, cada sentido alerta para qualquer anomalia. Logan coordenava as patrulhas menores, sua experiência garantindo que nenhum flanco fosse negligenciado.Dentro dos aposentos fortificados, Elira e Lyra montaram guarda sobre as crianças. O ambiente estava envolto em um escudo suave de energia de cura, tecido por Elira, que acalmava os ânimos e aguçava a intuição. Luna e Kael brincavam no chão com blocos de madeira entalhada, suas marcas prateadas pulsando com uma luz serena.De repente, Kael parou, um bloco suspenso em sua mão pequena. Ele olhou para a irmã. Luna ergueu a cabeça, seus olhos sérios fixos na direção do Vale da Névoa, muito além das paredes de pedra.— Escuro... — sussurrou Luna, sua voz um sopro.— Homem... mente torta... — completou Kael, esfregando o p

O Santuário do Amanhecer Prateado nunca parecera tão fortalecedor e, ao mesmo tempo, tão opressivo. Os portões de carvalho maciço se fecharam atrás da comitiva com um baque solene que ecoou não apenas no pátio, mas no peito de Darian. A alegria da recepção foi um turbilhão de sensações contraditórias. Famílias se reuniam, risos ecoavam contra a pedra, e o alívio por estarem todos seguros era palpável.Para a maioria, era o fim de uma jornada tensa. Para Darian, era o início de uma missão solitária.Scarlet, Kieran e Rafael mesmo envoltos nos cumprimentos, trocaram olhares significativo antes de se dirigirem aos seus aposentos, a uma necessidade de ver Aether e os gemeos. E uma urgencia de se reunirem a seus fiilhos pairando sobre eles. Lys tocou levemente o ombro de Darian ao passar, um gesto de apoio silencioso que ele quase não sentiu, sua pele formigando com o peso da mentira.Anya, com os olhos ainda brilhando da despedida de Caleb, correu até um grupo de amigas, mostrando a pen