Sophia narrandoCheguei em casa exausta. O ônibus estava lotado, como sempre no fim da tarde, e parecia que todo mundo respirava o mesmo ar pesado, abafado, misturado com cheiro de suor e pressa. Eu me segurei como pude, espremida entre pessoas que também voltavam do trabalho ou de algum compromisso, tentando encontrar um canto para respirar. O corpo doía, os pés reclamavam dentro dos sapatos já gastos, e tudo o que eu queria era chegar em casa, fechar a porta e finalmente sentir que o dia tinha acabado.Quando o ponto final apareceu, senti quase um alívio. Desci devagar, ajeitando a bolsa no ombro, e caminhei até minha rua. Cada passo parecia mais pesado que o outro, mas também mais próximo daquilo que eu chamava de paz. A minha casa era simples, mas era o meu refúgio. O lugar onde eu podia ser apenas eu, sem máscaras, sem ninguém me julgando ou me cobrando.Abri a porta devagar, larguei a bolsa no sofá e tirei os sapatos, sentindo o chão frio sob os pés. Respirei fundo, como se o ar
Ler mais