“Três meses, e daí?Se meu coração permanecer inabalável, quem poderá me obrigar?Se nem sequer consigo dominar meus próprios sentimentos, então eu, Carolina, não passo de nada.”— Já que o senhor Roberto está tão confiante, vamos ver o que acontece. — A voz de Carolina soou fria, indiferente, mesmo com o sol alto aquecendo-lhe os ombros.Roberto, ao contrário, vestia apenas uma camisa preta de colarinho aberto. Parecia imune a tudo, como se até o ar frio desviasse dele sozinho.— E se, no fim, você acabar se apaixonando por mim? — Perguntou com calma, sem pressa.A luz do sol banhava-lhe o rosto, dourando a pele. Os cílios longos seguravam a própria claridade, e o olhar preguiçoso carregava uma confiança tranquila, quase arrogante.— Não existe “se”. — Carolina respondeu apenas isso e se virou.— Vovó. — A voz grave de Roberto a fez estremecer.Ela levantou os olhos e realmente viu a avó. Os cabelos brancos estavam bem penteados, e ela sorria para os dois com ternura, o mesmo olhar cu
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