Quando Carolina desceu as escadas, encontrou Henrique sentado no sofá. Vestia um terno cinza-escuro combinado com uma camisa azul-royal. Sentava-se ereto, impecável, em total contraste com Roberto, que parecia nunca ter ossos, sempre largado em qualquer lugar.
Dois irmãos, do mesmo pai e da mesma mãe, mas completamente diferentes. O curioso das tais heranças genéticas era isso: não apenas variavam, mas às vezes se transformavam a ponto de parecerem irreconhecíveis.
A presença de Henrique era algo que Carolina realmente não esperava.
— Irmão... — Cumprimentou ela, surpresa.
— Carolina, espero não estar incomodando. — Henrique levantou-se, educado até nos gestos.
— De forma alguma. Por favor, sente-se. — Ela manteve a postura de dona da casa.
Henrique voltou a se acomodar e empurrou uma pequena caixa sobre a mesa, em direção a Carolina.
— Trouxe alguns doces típicos daqui para você. Espero que goste.
Ele não era apenas um cavalheiro, mas também atencioso. Sem perceber, Carolina ganhou ai